O título desse post pode soar estranho pois essa é uma capacidade básica inerente a qualquer veículo, certo? Porém, aqui abordamos a questão da eficiência, precisão e segurança das motocicletas ao contornar curvas e dos diversos fatores que fazem esse veículo que tanto amamos algo além de um mero meio de transporte.
Mesmo aquelas motos grandalhonas, pesadas, com malas laterais, bagageiros centrais, largas demais para os corredores, que no trânsito da cidade ocupam quase o mesmo espaço que um carro de passeio e parecem terem sido feitas somente para rodar por longas retas, foram projetadas para contornar curvas com precisão.
E esse é o verdadeiro prazer de todo motociclista. Pegar aquele trecho sinuoso e “dançar” conforme as curvas vão chegando, pendulando de um lado para o outro, da esquerda para a direita e vice versa. Isso aliado à uma retomada mais vigorosa na saída da curva e o vento contra o corpo é o motivo de muitos terem se apaixonado pelas duas rodas e continuarem sendo apaixonados por motos.
Essa interação homem máquina é o que difere e sempre vai diferenciar as motos dos demais veículos e mesmo que cada estilo de motocicleta possua capacidades totalmente diferentes, que podem ser desde o extremo das esportivas que chegam a inclinações em curvas de 60° ou mais como visto nas competições de superbikes/MotoGP, e até com as antigas motos Custom, que facilmente raspavam as pedaleiras em curvas mais acentuadas, todas as motocicletas trazem de alguma forma o prazer na condução e contorno das curvas.
Hoje, com o avanço da tecnologia, vemos isso ainda mais evidente, mesmo os modelos mais pesados fazem curvas em um grau de inclinação que há poucas décadas seria impensável. Aliado ao desenvolvimento tecnológico e refino de concepções de projetos na ciclística das motos e com a chegada de pneus cada vez mais capazes, é possível uma condução mais segura e com mais emoção em praticamente todas as motos, independentemente do estilo. Já se foi o tempo que motos touring ou custom pesadas eram “ruins de curva”.
Obviamente que uma moto de 400kg nunca contornará curvas tão rapidamente quanto uma moto speed ou naked esportiva, não importa a tecnologia disponível, por uma simples questão de física, mas a moto Custom ou Touring de 400+ kg com alta tecnologia embarcada, facilmente contornará curvas com mais segurança e mais rápido que muitas motos leves e clássicas com pneus e ciclística ultrapassados. Para isso é necessário compreender o limite físico e de segurança da moto.
O primeiro se refere ao limite onde as partes fixas da moto encontram o chão durante a curva, já o segundo, se refere ao limite de aderência com o piso na borda lateral dos pneus.
Com o passar dos anos ambas as questões foram repensadas para uma condução mais segura e mais capaz não importando o propósito das motos. Todas, sem exceção, são desenvolvidas para ter um limite físico cada vez maior com pedaleiras mais recuadas e com tecnologia suficiente para dar mais segurança sem perder a graça.
Ao contrário de carros, que estão cada vez mais anestesiados na condução, as motos nunca propiciaram tanta diversão na condução. A diferença está mesmo na questão de que, na moto de nada adianta a tecnologia de grip dos pneus, eletrônica embarcada, design da ciclística etc. se o piloto não souber conduzir o equipamento com perícia.
De nada adianta uma Superbike pilotada por quem não tem capacidade técnica de extrair o que a moto oferece, agora uma 250cc pilotada por um piloto capaz entrega muita diversão. Portanto, o principal não é a moto e sim a técnica de cada piloto. Todos os avanços vão agregar para uma condução mais divertida e segura desde que seja capaz de extrair tudo isso.
Fica, portanto, aqui uma dica: Invista mais em você, na sua técnica, na sua segurança e com isso, independentemente da moto, sempre será possível manter o prazer sobre as duas rodas...
