Muitos motociclistas evitam rodar na chuva. A grande maioria declara não ser fã de condução em dias de mau tempo e não somente pelo risco da baixa aderência e menor visibilidade, mas também pelo desconforto causado pelo vento, frio e até do ruído do vento e da chuva no capacete. Por isso, algumas dicas de segurança para rodar de moto na chuva são sempre bem-vindas.
Aqui a palavra adaptar é a chave. Ainda que você evite a todo custo rodar na chuva, mantendo a moto na garagem nesses dias e que sempre fique atento à previsão do tempo antes de pegar estrada, muitas vezes, é inevitável encarar até mesmo tempestades torrenciais. Ainda mais no verão (do Sudeste por exemplo).
Numa situação dessas, onde pode ser pego de surpresa numa estrada e precisa continuar rodando, seja por falta de local para se abrigar ou mesmo pela necessidade de continuar viagem, o primeiro passo que pode ajudar é aceitar o fato, controlando o nervosismo e tratar essa eventualidade como um desafio e não como uma ameaça.
Evite pensamentos do tipo – o piso está muito escorregadio e agora? Não consigo ver nada, será que alguém vindo de trás vai me enxergar?
Manter a calma e a prudência nestes momentos, é o que garante uma condução mais segura.
Equipamentos que ajudam a pilotar moto na chuva!
Claro que somente seu estado mental não fará todo trabalho. Alguns conhecimentos e equipamentos são essenciais nessa hora.
Vai fazer uma viagem longa na temporada de chuva?
Primeira coisa, leve sempre uma capa de chuva e demais itens para evitar encharcar mãos e pés e obviamente sempre vá de capacete fechado, com viseira que efetivamente bloqueie a passagem de água. Se seu capacete não está vedando o ar em maiores velocidades obviamente não bloqueará a chuva.
Rodar encharcado com certeza irá tirar sua capacidade de conduzir a motocicleta da forma correta. Comprometerá seus reflexos e pode até mesmo causar hipotermia.
Prepare a sua moto para rodar na chuva com segurança!
Está saindo pra rodar com o equipamento básico na moto? Perfeito! Mas ainda assim é essencial o conhecimento da máquina e como ela se comporta nesse tipo de situação. Não precisa nem dizer da necessidade dos pneus estarem calibrados corretamente (de acordo com recomendação do fabricante) e estarem dentro da validade (sim, pneu tem validade!) e principalmente em condições de rodagem (vale consultar o TWI – que já falamos aqui no Blog) para poderem escoar a água e evitar aquaplanagem ou falta de grip. Apesar de aquaplanar não ser muito comum em motocicletas, hoje muitas motos usam pneus mais largos e, nesse sentido, quanto mais largo o pneu, maior a chance disso ocorrer.
Em todo caso, na chuva dificilmente terá as condições ideais de aderência pois os pneus vão rodar abaixo da temperatura adequada e ainda qualquer sujeira do asfalto poderá comprometer severamente esse fator.
Os primeiros minutos de chuva ou aquela chuva fraquinha que não é capaz de limpar o asfalto é o momento mais crítico para condução, seja de moto ou de carro, então, redobre a atenção.
Uma das melhores formas de testar as condições de aderência são nas baixas velocidades, com cuidado usar o freio traseiro até o limite de um travamento da roda traseira. A ideia aqui é notar o quão facilmente a roda traseira voltará a girar, quanto mais rápido, maior o contato que o pneu está tendo com o pavimento e, portanto, está conseguindo drenar melhor a água entre a borracha e o asfalto.
Não precisa nem dizer para só efetuar esse tipo de experimento em zonas planas e sem outros veículos ao lado, né?
Trechos em obras, asfalto antigo e concreto comprometem a aderência, então nesses casos, vale sempre rodar a velocidades menores, bem como, sempre sob chuva manter o corpo relaxado sobre a moto e apenas efetuar manobras mais sutis, sem grandes acelerações ou frenagens.
Sua moto tem recursos eletrônicos próprios para esse tipo de condução? Não deixe de usar a tecnologia a seu favor. Controle de tração para chuva ou com maior intromissão são altamente desejáveis, bem como, freios ABS.
Enfim, se fez tudo certo, se está com um equipamento adequado, moto em perfeitas condições, você roda com um modelo que possui alta tecnologia, seja em controles eletrônicos e/ou equipada com os melhores componentes mecânicos, então qual é o limite? Rodar ou não rodar?
Aqui vão duas questões primordiais para você decidir:
1 – Está confiante para continuar? Então, siga em frente!
2 – A chuva comprometeu a sua visão? PARE. O fator primordial é sempre o da sua capacidade de pilotagem, sua experiência e confiança pessoal. Mas se o físico de alguma forma ficar comprometido, esse é o limite.
Não importa o quão experiente você for, se estiver com o sentido principal comprometido, não prossiga.
Tomando todos esses cuidados e encarando o receio de rodar na chuva, com o tempo, pode ser até que comece a achar prazeroso. Afinal, vencer o medo é sempre gratificante!
E você? Já passou algum apuro rodando na chuva?
Você tira a moto da garagem em qualquer situação de clima ou prefere mesmo deixar pra rodar só em tempo aberto?
Conta pra gente nos comentários!